segunda-feira, julho 31, 2006

O melhor da Terapia

De repente bateu uma vontade de ser a louca que passa o dia escutando os outros loucos.
Deve ser divertido... ou não...


O melhor da Terapia
Luis Fernando Veríssimo

O melhor da Terapia é ficar observando os meus colegas loucos.
Existem dois tipos de loucos. O louco propriamente dito e o que cuida do louco:o analista, o terapeuta, o psicólogo e o psiquiatra. Sim, somente um louco pode se dispor a ouvir a loucura de seis ou sete outros loucos todos os dias, meses, anos. Se não era louco, ficou. Durante quarenta anos, passei longe deles. Pronto,acabei diante de um louco, contando as minhas loucuras acumuladas. Confesso, como louco confesso, que estou adorando estar louco semanal. O melhor da terapia é chegar antes, alguns minutos e ficar observando os meus colegas loucos na sala de espera. Onde faço a minha terapia é uma casa grande com oito loucos analistas. Portanto, a sala de espera sempre tem três ou quatro ali, ansiosos, pensando na loucura que vão dizer dali a pouco.Ninguém olha para ninguém. O silencio é uma loucura. E eu, como escritor, adoro observar pessoas, imaginar os nomes, a profissão, quantos filhos têm, se são rotarianos ou leoninos, corintianos oupalmeirenses.Acho que todo escritor gosta desse brinquedo, no mínimo, criativo. E a sala de espera de um "consultório médico", como diz a atendente absolutamente normal (apenas uma pessoa normal lê tanto Paulo Coelho como ela), é um prato cheio para um louco escritor como eu. Senão, vejamos:Na última quarta-feira, estávamos:
1. Eu
2. Um crioulinho muito bem vestido,
3. Um senhor de uns cinqüenta anos e
4. Uma velha gorda.
Comecei, é claro, imediatamente a imaginar qual seria o problema de cada um deles. Não foi difícil, porque eu já partia do principio que todos eram loucos, como eu. Senão, não estariam ali, tão cabisbaixos e ensimesmados.
(2) O pretinho, por exemplo. Claro que a cor, num país racista como o nosso, deve ter contribuído muito para levá-lo até aquela poltrona de vime. Deve gostar de uma branca, e os pais dela não aprovam o namoro e não conseguiu entrar como sócio do "Harmonia do Samba". Notei que o tênis estava um pouco velho. Problema de ascensão social, com certeza. O olhar dele era triste, cansado. Comecei a ficar com pena dele. Depois notei que ele trazia uma mala. Podia ser o corpo da namorada esquartejada lá dentro. Talvez apenas a cabeça. Devia ser um assassino, ou suicida, no mínimo. Podia ter também uma arma lá dentro. Podia ser perigoso. Afastei-me um pouco dele no sofá. Ele dava olhadas furtivas para dentro da mala assassina.
(3 ) E o senhor de terno preto, gravata, meias e sapatos também pretos? Como ele estava sofrendo, coitado. Ele disfarçava, mas notei que tinha um pequeno tique no olho esquerdo. Corno, na certa. E manso. Corno manso sempre tem tiques. Já notaram? Observo as mãos. Roía as unhas.Insegurança total, medo de viver. Filho drogado? Bem provável. Como era infeliz esse meu personagem. Uma hora tirou o lenço e eu já estava esperando as lágrimas quando ele assoou o nariz violentamente,interrompendo o Paulo Coelho da outra. Faltava um botão na camisa. Claro, abandonado pela esposa. Devia morar num flat, pagar caro, devia ter dívidas astronômicas. Homossexual? Acho que não. Ninguém beijaria um homem com um bigode daqueles. Tingido.
(4) Mas a melhor, a mais doida, era a louca gorda e baixinha. Que bunda imensa. Como sofria, meu Deus. Bastava olhar no rosto dela. Não devia fazer amor há mais de trinta anos. Será que se masturbaria? Será que era esse o problema dela? Uma velha masturbadora? Não! Tirou um terço da bolsa e começou a rezar. Meu Deus, o caso é mais grave do que eu pensava. Estava no quinto cigarro em dez minutos. Tensa. Coitada. O que deve ser dos filhos dela? Acho que os filhos não comem amacarronada dela há dezenas e dezenas de domingos. Tinha cara também de quem mentia para o analista. Minha mãe rezaria uma Salve-Rainha por ela, se a conhecesse. Acabou o meu tempo. Tenho que ir conversar com o meu psicanalista.
Conto para ele a minha "viagem" na sala de espera.Ele ri, ..... ri muito, o meu psicanalista, e diz:
- O Ditinho é o nosso office-boy.
- O de terno preto é representante de um laboratório multinacional de remédios lá no Ipiranga e passa aqui uma vez por mês com as novidades.
- E a gordinha é a Dona Dirce, a minha mãe.- E você, não vai ter alta tão cedo..

sexta-feira, julho 28, 2006

Ainda Bem

1/2 ano de casados!!
"Neste mundo de tantos sonhos,
Entre tantos outros,
Que sorte a nossa, hein?
Entre tantas paixões,
Esse encontro nós dois,
Esse amor."

quinta-feira, julho 27, 2006

Maça do Amor



Maçã do Amor [só pra adoçar a vida mais um pouco...rs*]

Ingredientes:
8 maçãs firmes
4 xícaras de açúcar
1 xícara de água
2 colheres (sopa) de glucose de milho
1 colher (sopa) de corante vermelho para alimentos
Palitos para picolé

Modo de Preparo:
Lave e seque muito bem as maçãs. Espete os palitos na parte superior das maçãs, ao lado do talinho. Unte uma pedra de mármore ou granito com óleo vegetal. Prepare a calda misturando bem o açúcar, água e glucose. Coloque em uma panela funda e pequena (pode ser em uma leiteira), tampe e leve ao fogo, fervendo tampada por 3 minutos. Retire a tampa e ferva por aproximadamente 10 minutos ou até atingir a temperatura de 130 graus (ou ponto de vidro, pode-se testar colocando algumas gotas da calda em um copo com água gelada). Retire do fogo e acrescente o corante e balance levemente a panela para colorir todo a calda. Coloque a panela com a calda em banho-maria e mergulhe as maçãs, uma a uma, segurando-as pelos palitos. Levante e deixe escorrer o excesso, coloque para esfriar sobre uma pia de mármore untada. Deixe esfriar completamente.

ATENÇÃO: Esta receita não deve ser preparada por crianças menores de 14, hehehe* mesmo acompanhadas por um adulto. Queimaduras com caramelo são perigosas deixando seqüelas em 90% dos casos. Antes de preparar a receita, coloque gelo e água em uma tigela funda e coloque-a ao lado do fogão, caso respingue calda nas mãos, mergulhe-as imediatamente na água gelada. Lave com sabão neutro e procure atendimento médico.

Recebi de uma amiga que não vejo há um tempão...
Cynthia, esses carinhos e pessoas raras e especiais, como você, adoçam mesmo a nossa vida!

Saudade de tu, moça Cynthilante!
Xêro!

terça-feira, julho 18, 2006

Ouse

"Ouse, ouse... ouse tudo!!
Não tenha necessidade de nada!
Não tente adequar sua vida a modelos,
nem queira você mesmo ser um modelo para ninguém.
Acredite: a vida lhe dará poucos presentes.
Se você quer uma vida, aprenda ... a roubá-la!
Ouse, ouse tudo!
Seja na vida o que você é, aconteça o que acontecer.
Não defenda nenhum princípio, mas algo de bem mais maravilhoso:
algo que está em nóse que queima como o fogo da vida!!"
(Lou Salomé)

sábado, julho 15, 2006

É lá que eu queria estar...


Azul da cor do céu?
Azul da cor do mar?
Tanto faz!
Desde que seja lá!
Por que nenhum azul é tão azul
quanto naquela terra...

quinta-feira, julho 13, 2006

A vida deveria ser de trás pra frente (Chaplin)

"A coisa mais injusta sobre a vida é a maneira como ela termina.
Eu acho que o verdadeiro ciclo da vida está todo de trás pra frente.
Nós deveríamos morrer primeiro, nos livrar logo disso.
Daí viver num asilo, até ser chutado pra fora de lá por estar muito novo.
Ganhar um relógio de ouro e ir trabalhar.
Então você trabalha 40 anos até ficar novo o bastante para poder aproveitar sua aposentadoria.
Aí você curte tudo, faz festas e se prepara para faculdade.
Você vai para o colégio, tem várias namoradas, vira criança, não tem nenhuma responsabilidade, setorna um bebezinho de colo, volta por útero da mãe, passa seus últimos nove meses de vida flutuando.
E termina tudo com um ótimo orgasmo!
Não seria perfeito?"

terça-feira, julho 11, 2006

Implicante

Hoje eu levantei com sono
com vontade de brigar
Eu tô manero pra bater
pra revidar provocação
Olhei no espelho meu cabelo
e tudo fora do lugar
Vê se não enche não me encosta
Tô bravo que nem leão
E não pise no meu calo que eu te entorno feito água
E te jogo pelo ralo
Hoje você deu azar
Hoje você deu azar

De que vale seu cabelo liso e as idéias enroladas
Dentro da sua cabeça
De que vale seu cabelo liso e as idéias enroladas
Dentro da sua cabeça
De que vale seu cabelo liso e as idéias enroladas
Dentro da sua cabeça
De que vale seu cabelo liso e as idéias enroladas
Dentro da sua cabeça

Hoje eu vou mudar o teu destino
Te passar num pente fino
Então desfaça sua trança
Eu que sou tão inconstante
E você tão permanente
Com a gente tudo enrolado
Não adianta creme rinse
Corta as pontas da sua mágoa
Que hoje eu tô meio implicante
Hoje você deu azar
Hoje você deu azar

segunda-feira, julho 10, 2006

Os mais mais

Estavam reunidos o Pequeno Polegar, a Branca de Neve e o Burrinho do Shrek, na Disney, jogando conversa fora...
aí o Polegar disse:
- Eu sou o menor homem do mundo!!!
A Branca de Neve retrucou:
- Sou a mais bela do mundo!!!
E o Burrinho do Shrek finalizou:
- Sou o burro mais BURRO do planeta!!!

Mas eles queriam que isso fosse comprovado... Pegaram o GuinessBook... o Polegar abriu na pagina 73... e realmente estava lá: Polegar, O Menor Homem Do Mundo... todos ficaram impressionados.
A Branca de Neve pegou o livro, abriu na página 97, e estava lá escrito: Branca de Neve, a mulher mais bela do planeta Terra....
"OOOOOOOHHHHHHHH", todos ficaram impressionados.
Por último, o Burrinho do Shrek pegou o livro e abriu na página 176. Depois de alguns minutos de silêncio o Burrinho gritou, indignado:
- PARREIRA?!?!... QUEM É PARREIRA?!?!

segunda-feira, julho 03, 2006

Nós

Passamos a usar cada vez com mais freqüência o prono­me "nós". É uma palavra estranha. "Amanhã eu vou fazer is­so ou aquilo", a gente diz normalmente. Ou pergunta a outra pessoa, a "você" por exemplo, o que vai fazer. Isso não é difí­cil de entender. Mas de repente "nós" passa a ser a coisa mais óbvia do mundo. "Nós vamos à praia amanhã?" — "Ou vamos ficar lendo em casa?" — "Nós gostamos da peça de teatro?" — E então, um dia: "Nós somos felizes".

Ao empregar o pronome "nós", a gente estabelece uma conexão entre duas pessoas com uma ação comum e quase faz com que elas se transformem em uma só. Muitas línguas têm um pronome especial para se referir a apenas duas pes­soas. Esse pronome se chama dual, e designa as coisas que vão aos pares. Eu acho isso importante, pois às vezes a gente não é nem uma pessoa nem muitas. A gente é "nós dois", e o é co­mo se esse "nós dois" fosse inseparável. São fabulosas as re­gras que passam a vigorar quando esse pronome é subitamen­te introduzido, quase como por um passe de mágica: "Agora nós vamos cozinhar". — "Agora vamos abrir uma garrafa de vinho." — "Agora vamos dormir." Não chega a ser absurdo falar assim? Em todo caso, é completamente diferente de di­zer "Agora você precisa tomar o ônibus e ir para casa, eu es­tou cansado".

Quando a gente usa o dual, do qual a palavra "ambos" é um vestígio, passam a vigorar regras totalmente novas. "Nós vamos passear!" Nada mais simples, somente três pa­lavras, e no entanto elas descrevem uma seqüência de atos que interferem profundamente na vida de duas pessoas na Terra. E não é só em termos de quantidade de palavras que se pode falar em economia de energia. "Vamos tomar banho". "Vamos comer." — "Vamos dormir!" Quan­do a gente fala assim, precisa só de um chuveiro. Precisa só de uma cozinha, só de uma cama.

Para mim, foi um choque esse novo uso da linguagem. "Nós" — era como se um ciclo tivesse se encerrado. O mun­do inteiro parecia ter se dissolvido em uma unidade superior.

(Adaptado do livro "A garota das Laranjas" - Jostein Gaarder)

sábado, julho 01, 2006